Dani Balbi Comunicação
As dificuldades do acesso ao emprego formal para população trans

O desemprego é um mal que atinge a milhões de brasileiros e que se tornou descontrolado com os governos Temer e Bolsonaro. Devolvendo o Brasil ao mapa da fome e gerando uma multidão de desalentados, a falta de um projeto de nação que inclua as pessoas mais pobres aumentou a população de rua, colocou famílias em situação de insegurança e dificultou ainda mais a vida de um segmento que já vivia em vulnerabilidade antes dos índices de inflação e desemprego saírem de controle: a população trans.
Travestis e Transexuais enfrentam uma enorme dificuldade no acesso ao mercado de trabalho no país que, há 13 anos, ocupa o topo da lista entre nações que mais assassinam pessoas trans no mundo. Homens e principalmente mulheres trans sofrem para conquistar um emprego formal. De acordo com o Instituto Center of Talent Inovation, 61% das pessoas trans com emprego formal precisaram esconder sua identidade de gênero durante o processo seletivo. Um relatório da Associação Nacional de Travestis e Transexuais, por usa vez, apontou para o fato de que 88% dos entrevistados afirmaram que as empresas ainda não estão prontas para contratação de pessoas trans.
Mas o que é preciso para uma empresa estar pronta para receber uma pessoa trans? Essa suposta falta de preparo é maior do que o fato de que 56,82% das pessoas trans vivem em situação de insegurança alimentar? É preciso combater a transfobia no mercado de trabalho! Hoje, segundo a FAPESP, apenas 13,9% das mulheres trans e travestis possuem emprego formal. Os índices de escolaridade, qualificação e demais requisitos para desempenhar funções específicas no mercado de trabalho são apontados como barreiras a serem superadas para o acesso de pessoas trans ao mercado de trabalho. Barreiras que precisam ser derrubadas!
Hoje, 90% das mulheres trans e travestis se declaram profissionais do sexo, acompanhantes ou garotas de programa como principal ocupação e muito desse índice se deve a falta de oportunidades! A Lei 9.029 de 1995 afirma que que “é proibida a adoção de qualquer prática discriminatória e limitativa para efeito de acesso à relação de trabalho, ou de sua manutenção, por motivo de sexo, origem, raça, cor, estado civil, situação familiar, deficiência, reabilitação profissional, idade, entre outros, ressalvadas, nesse caso, as hipóteses de proteção à criança e ao adolescente previstas no inciso XXXIII do art. 7o da Constituição Federal”. É preciso fazer cumprir a lei e garantir que a transfobia pare de limitar o acesso de pessoas trans ao mercado de trabalho!
A ausência de pessoas trans em ocupações formais auxilia na invisibilização das pessoas trans na sociedade e impacta na dificuldade dessas pessoas a ter acesso a direitos básicos com saúde, educação e segurança alimentar. Emprego formal é estabilidade, dignidade, é capacidade de investir na própria qualificação e construir um futuro melhor.
Além de cotas para trans no ensino superior, defendo políticas para incentivar o ingresso de pessoas trans no mercado formal de trabalho. Com emprego digno, salário decente, acesso à saúde, educação de qualidade e respeito iremos construir uma nova realidade para travestis e transexuais no Rio de Janeiro.
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