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  • Foto do escritorDani Balbi Comunicação

Independência pra quem?


Hoje é 7 de Setembro, Dia da Independência do Brasil. Data que consiste no maior feriado nacional, com desfile cívico com ares de grande feriado nacional. Ao 7 de setembro são dedicadas mais honrarias que o 15 de novembro, data da proclamação da nossa República. Mas qual o significado real desse grande feriado nacional?

Quando ouço o hino da independência não consigo deixar de pensar nas contradições da letra com o que representa a data. Um hino que fala em “mãe gentil” e no raiar da liberdade quando na prática tivemos um Império que manteve nossa dependência econômica de potências europeias, que manteve seu modo de produção baseado na escravidão de negros e negras sequestrados de sua terra natal para viver sob tortura e trabalhos forçados em solo brasileiro. De que liberdade fala esse hino?

Que “mãe gentil” é essa que, quando a abolição, fruto de muitas lutas, começou a se tornar inevitável incentivou a imigração europeia, não incluindo no projeto de nação os milhares de negros e negras escravizados? Onde essa mãe gentil desejava incluir os negros e negras que aqui trabalhavam forçadamente após libertos do regime de escravidão?

Porque tanta festa por um Império que nasce tendo com imperador um português que, na primeira oportunidade largou a nação nascente para ser Rei em Portugal, deixando o Brasil sendo governado por regentes pois seu filho, herdeiro do trono, sequer havia atingido a maioridade? Esse mesmo Império outorgou sua constituição, institui um poder “moderador” acima dos três poderes, perseguiu os que defendiam a república e, ao contrário de seu hino que fala em “ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil”, ceifou vidas daqueles que defendiam uma nação soberana.

Por essas e outras contradições do período histórico chamado de “Brasil Império” e todas as influências que ele tem na nossa sociedade atual, que todos os anos, somo forças àqueles que não louvam o mito da independência, participando da tradicional manifestação “Grito dos Excluídos”. Um movimento popular que expõe as contradições da independência e ressalta as lutas do nosso povo. Não enxergo o 7 de setembro como uma data comemorativa, considero uma data de luta: se a data é pela independência, ainda temos que lutar por ela.

Não existirá independência enquanto a desigualdade e a fome forem gritantes em nosso país. Não existirá liberdade enquanto as forças de segurança levarem terror ao povo negro e trabalhador nas favelas. Não existirá soberania enquanto formos dependentes tecnologicamente de potências estrangeiras.

Por uma independência de fato, pela soberania do nosso povo, tomaremos as ruas novamente nesse 7 de setembro, em defesa da Nação, da vida e da democracia!


#7Setembro #Independencia #Brasil #ForaBolsonaro #Democracia #Negros #Negras

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