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  • Foto do escritorDani Balbi Comunicação

Mais mulheres nos espaços de poder!


Combater a violência de gênero em todos os espaços é uma das lutas que travo todos os dias. Na política, não podia ser diferente. Ser mulher e fazer política no Brasil é um desafio hercúleo e os números comprovam como a representatividade de mulheres nos espaços de poder ainda é um desafio a ser superado no Brasil. Nos últimos anos, campanhas do Tribunal Superior Eleitoral e de entidades diversas apontaram para necessidade da superação dessa desigualdade, mas ainda estamos longe do ideal.


Nos últimos 195 anos mais de 7 mil deputados passaram pela Câmara dos Deputados, apenas 266 mulheres. As mulheres, no entanto, não tiveram oportunidade de concorrer ao longo de todos esses anos, conquistando esse direito apenas em 1932. Segundo o IBGE, mais da metade da população brasileira é feminina, no entanto nós ocupamos apenas 15% dos cargos efetivos. Essa realidade é completamente inaceitável.


Desde o início da República, em 1889, o país teve uma única presidente, Dilma Rousseff, eleita e reeleita, e que sofreu um golpe parlamentar em um processo marcado pelo machismo e pela misoginia. Nos planos estaduais, apenas 16 mulheres foram governadoras no Brasil. Dessas, só oito foram eleitas para o cargo, as demais eram vice-governadoras que ocuparam o posto com a saída do titular. E essas mulheres governadoras só chegaram ao poder em 6 estados (Maranhão, Rio Grande do Norte, Pará, Rio de Janeiro, Roraima e Rio Grande do Sul). Nas eleições passadas, apenas 1 mulher governadora foi eleita: Fátima Bezerra, no Rio Grande do Norte.


No parlamento não é muito diferente. Nas últimas eleições, apenas 13 mulheres foram eleitas deputadas estaduais no Rio de Janeiro. Menos de 20% das cadeiras do legislativo estadual são ocupadas pela bancada feminina. No plano federal, a Câmara do Deputados teve a ocupação de 21% das cadeiras fluminenses por mulheres, índice também baixo com apenas 10 deputadas federais eleitas pelo nosso estado.


Além da baixa representatividade, as mulheres convivem, quando em espaços de poder, com diversas violências. Quem não se recorda das ofensas misóginas do então deputado Jair Bolsonaro à petista Maria do Rosário? Quem não se recorda do assédio grotesco sofrido pela minha companheira de partido, Isa Penna, na Assembleia Legislativa de São Paulo? Como esquecer as ofensas misóginas promovidas pelos setores reacionários na campanha pelo impeachment da Presidenta Dilma ou os ataques promovidos contra minha companheira de partido Manuela D'Ávila? Como não se indignar com a falta de respostas até hoje pelo assassinato de Marielle Franco?


Sou candidata a deputada estadual porque precisamos enfrentar e mudar essa realidade. Nós, mulheres pretas, precisamos ocupar os espaços de poder e pautar políticas públicas que possam fazer mais mulheres se somarem conosco nesses espaços. Para mudar o Brasil e o Rio de Janeiro é preciso mudar as mesmas caras que sempre comandaram nossa política e não vou me furtar a enfrentar esse desafio. Fui a primeira doutora trans da Universidade Federal do Rio de Janeiro, depois fui a primeira professora trans da mesma universidade. Ser pioneira e romper as barreiras do preconceito institucional é algo que não me assusta. Quero ser a primeira deputada estadual trans da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e quero ser mais uma mulher preta para enfrentar e derrotar os racismos diários que ocorrem naquela casa.


Colorir a Alerj de povo e trabalhar para mais mulheres, e em especial mais mulheres pretas, ocupando o poder é um dos meus compromissos como candidata a deputada estadual e quero contar com a ajuda e apoio de vocês nessa caminhada!

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